Quantas vezes você já ouviu alguém dizer “é só uma dor de barriga” e ignorar um sintoma que poderia ser o início de algo mais sério? A saúde intestinal ainda é cercada de silêncios e desconfortos. Falar sobre o que sentimos “lá dentro” parece tabu — e é exatamente por isso que o Maio Roxo existe: para romper o silêncio e ampliar o cuidado.
Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que mais de 10 milhões de pessoas no mundo convivem com doenças inflamatórias intestinais (DIIs), como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. No Brasil, a estimativa ultrapassa os 100 mil pacientes, afetando principalmente jovens entre 15 e 40 anos. E o mais preocupante? Muitos convivem com sintomas por anos antes de receber um diagnóstico.
Essas condições não afetam apenas o corpo. Elas impactam o humor, a autoestima, o trabalho, a vida social e os relacionamentos. Uma ida ao banheiro pode significar medo, dor ou vergonha. A rotina familiar muda, os planos são revistos, e o cotidiano passa a girar em torno da gestão da doença. Por isso, ouvir o corpo — e ouvir o paciente — é o primeiro passo para transformar essa realidade.
1. Quando o corpo fala (e a gente precisa escutar)
Nem sempre os sintomas começam de forma agressiva. Às vezes, é uma diarreia que vai e volta. Uma dor insistente na barriga. Um cansaço que não passa. Quando não damos atenção, esses sinais se acumulam até virarem crises. Por isso, o diagnóstico precoce é tão importante.
As doenças intestinais podem ter origens diversas — autoimunes, hereditárias, emocionais ou ambientais. As DIIs, como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, causam inflamações crônicas no intestino e exigem acompanhamento constante. Já a síndrome do intestino irritável, mais comum e funcional, está muito ligada ao estresse e à alimentação.
A escuta ativa dos sintomas — por parte dos pacientes e dos profissionais de saúde — pode salvar vidas. Quanto mais cedo se identifica a condição, mais chances se tem de viver com qualidade e evitar complicações como fístulas, obstruções ou cirurgias.
2. O que mostra o caminho: exames que fazem a diferença
Receber o diagnóstico certo passa por uma série de exames que revelam o que está acontecendo no corpo. Não é um processo imediato, mas é essencial para garantir um tratamento eficaz e seguro.
Veja os principais exames utilizados:
- Hemograma completo
Investiga inflamações, infecções e possíveis anemias associadas às doenças intestinais. - Exame de sangue oculto nas fezes
Avalia a presença de sangue invisível, comum em inflamações e lesões intestinais. - Coprocultura
Identifica a presença de bactérias, parasitas ou vírus que possam estar causando alterações. - Calprotectina fecal
Exame não invasivo que detecta inflamação no intestino, ideal para monitorar DIIs. - Endoscopia digestiva alta
Permite avaliar a parte superior do sistema digestivo e detectar lesões. - Colonoscopia
Considerada o exame mais completo para investigar doenças no intestino grosso. - Tomografia computadorizada abdominal
Ajuda a visualizar estruturas internas com precisão, especialmente em casos graves.
Esses exames são aliados do diagnóstico e, em muitos casos, do controle e acompanhamento da evolução da doença.
3. Doses diárias de cuidado
Viver com uma doença intestinal é um exercício de adaptação. Não existe fórmula mágica, mas pequenos ajustes ajudam a tornar a rotina mais leve e previsível. O mais importante é entender que você não está sozinho.
Dicas para o dia a dia:
- Tenha um plano alimentar individualizado
- Reduza o consumo de ultraprocessados
- Beba bastante água
- Mantenha suas consultas em dia
- Faça atividade física leve
- Evite o estresse sempre que puder
- Crie uma rede de apoio
Viver bem é possível quando há acolhimento, responsabilidade e respeito ao próprio corpo.
A visibilidade que transforma: quando os famosos falam
A voz pública tem poder — e quando pessoas conhecidas compartilham suas experiências, o impacto é ainda maior. Vários famosos já revelaram que convivem com doenças intestinais, ajudando a reduzir o preconceito e aumentar o conhecimento da população.
Entre os casos mais conhecidos estão o de Chadwick Boseman, que faleceu em decorrência de um câncer de intestino, e de artistas como Simony, Preta Gil e Emílio Surita, que seguem em tratamento. Outros nomes como Evaristo Costa, diagnosticado com doença de Crohn, e Yasmin Brunet, com síndrome do intestino irritável, mostram que é possível manter a carreira e a qualidade de vida mesmo convivendo com a condição.
Esses exemplos reforçam que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado abrem caminhos para uma vida mais leve e consciente. Informação salva.
O Maio Roxo não é só uma campanha. É um chamado. Um convite para escutar mais, julgar menos e cuidar com mais humanidade. As doenças intestinais podem ser silenciosas, mas os seus impactos são profundos — e ninguém deveria enfrentá-las sozinho.
A boa notícia é que existe tratamento, suporte e alternativas para melhorar a qualidade de vida. Tudo começa com um olhar atento aos sintomas, seguido de um diagnóstico certeiro e um plano de cuidado individualizado.
Se você sente que algo está fora do ritmo no seu corpo, não espere. Fale com um profissional. Porque quando a gente escuta o que o corpo diz, a saúde encontra o caminho de volta.
Axial Inteligência Diagnóstica
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