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Tudo que você precisa saber sobre o Julho Verde – doenças de cabeça e pescoço

Tudo que você precisa saber sobre o Julho Verde – doenças de cabeça e pescoço

Você sabia que um simples incômodo na garganta, uma dor persistente na língua ou uma rouquidão prolongada podem ser sinais de doenças graves? Em muitos casos, pequenos sintomas são ignorados até que a condição se torne mais difícil de tratar. É por isso que o Julho Verde foi criado: para alertar sobre os riscos, a importância do diagnóstico precoce e os cuidados com a saúde da região da cabeça e pescoço.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), os tumores de cabeça e pescoço representam o quinto tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil. Estima-se que surjam mais de 40 mil novos casos por ano no país. Globalmente, o câncer de cabeça e pescoço está entre os dez tipos mais incidentes. A falta de informação, o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e a infecção pelo vírus HPV estão entre os principais fatores de risco. Infelizmente, cerca de 70% dos casos são diagnosticados em estágios avançados.

Os sintomas geralmente aparecem a partir dos 40 anos, mas podem surgir antes, especialmente em pessoas com histórico de tabagismo e infecção por HPV. Os impactos no modo de vida são profundos: dificuldades para se alimentar, falar, respirar e até se relacionar socialmente. A família também é afetada emocional e financeiramente, especialmente quando há necessidade de cirurgias, radioterapia ou acompanhamento psicológico. Por isso, informação é o melhor caminho para a prevenção e o cuidado.

Por que e como se manifesta?

As doenças de cabeça e pescoço englobam uma variedade de tumores malignos e benignos localizados na boca, faringe, laringe, seios paranasais, glândulas salivares, cavidade nasal, tireoide e pele do rosto e pescoço. A mais preocupante entre elas é o câncer, devido à sua alta taxa de incidência e ao diagnóstico geralmente tardio.

Os principais fatores de risco incluem:

  • Tabagismo: principal fator isolado associado a esses tumores.
  • Consumo de álcool: potencializa os efeitos do cigarro.
  • Infecção por HPV: especialmente nos cânceres de orofaringe.
  • Exposição solar excessiva: relacionada a tumores de pele no rosto e no pescoço.
  • Má higiene bucal: favorece infecções e lesões.
  • Histórico familiar: pode aumentar o risco.

Entre os sintomas mais comuns, vale ficar atento a:

  • Feridas na boca que não cicatrizam;
  • Rouquidão por mais de 15 dias;
  • Nódulos no pescoço;
  • Dificuldade ou dor para engolir;
  • Perda de peso sem motivo aparente;
  • Mau hálito persistente;
  • Sangramentos na boca ou nariz.

Essas manifestações podem variar conforme a região afetada e muitas vezes são confundidas com doenças benignas, como amigdalites ou infecções respiratórias, o que atrasa o diagnóstico.

Principais exames diagnósticos e de rotina

O diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de cura. Quanto mais cedo for identificado o problema, maiores são as chances de tratamentos menos agressivos e de preservação das funções essenciais como fala, respiração e alimentação.

Veja os principais exames indicados para investigar doenças de cabeça e pescoço:

1. Exame clínico com especialista (Otorrinolaringologista ou Cirurgião de Cabeça e Pescoço)

Avaliação visual e tátil de lesões, nódulos, alterações na voz e nos tecidos da boca e garganta.

2. Nasofibrolaringoscopia

A Nasofibrolaringosopia é um exame feito com um tubo fino e flexível com câmera, inserido pelo nariz para avaliar laringe, faringe e cordas vocais. É rápido e feito com anestesia local.

3. Endoscopia digestiva alta

A Endoscopia Digestiva Alta ajuda a verificar lesões no esôfago e regiões próximas à garganta, especialmente em pacientes com sintomas como disfagia (dificuldade para engolir).

4. Ultrassonografia de pescoço

A US de Pescoço identifica alterações em glândulas, linfonodos e estruturas da região cervical. Muito usada para avaliar a tireoide.

5. Biópsia

Um procedimento realizado em lesões suspeitas, a biópsia pode ser feita por punção com agulha fina (PAAF) ou retirada cirúrgica da amostra.

6. Tomografia computadorizada e Ressonância magnética

A Tomografia e a ressonância magnética são exames de imagem detalhados que mostram a extensão do tumor, possível invasão em outras estruturas e ajudam no planejamento cirúrgico.

7. Exames laboratoriais

Incluem hemograma, marcadores tumorais e sorologias para verificar presença de HPV e estado geral do paciente.

Dicas para conviver com a condição

  • Procure atendimento médico ao notar sinais persistentes.
  • Evite o cigarro e o consumo excessivo de álcool.
  • Realize exames preventivos, especialmente após os 40 anos.
  • Mantenha uma boa higiene bucal e faça visitas regulares ao dentista.
  • Adote uma alimentação rica em frutas, vegetais e fibras.
  • Use protetor solar diariamente, inclusive em dias nublados.
  • Se diagnosticado, siga o tratamento corretamente e mantenha o acompanhamento.
  • Busque apoio psicológico e grupos de suporte, se necessário.
  • Informe-se sobre seus direitos, como acesso ao SUS e apoio social.
  • Envolva a família no cuidado e na tomada de decisões.

O Julho Verde é mais do que uma campanha de conscientização: é um convite à atenção, prevenção e cuidado. As doenças de cabeça e pescoço, especialmente os cânceres, podem ser devastadoras, mas a informação correta e o diagnóstico precoce são aliados poderosos. Cada sintoma persistente deve ser valorizado, cada exame realizado com responsabilidade.

A negligência dos sinais pode custar caro. Por outro lado, atitudes simples como parar de fumar, visitar o médico regularmente e cuidar da higiene bucal são capazes de salvar vidas. E não apenas vidas, mas qualidade de vida. Falar, respirar, mastigar, sorrir — ações cotidianas que só percebemos o quanto importam quando algo nos impede de realizá-las.

Portanto, aproveite o Julho Verde para cuidar de você e de quem você ama. A prevenção começa com a consciência. E o cuidado começa com uma decisão.

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