Você sabia que uma infecção silenciosa pode afetar profundamente sua saúde física, emocional e social sem você sequer perceber? A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que ainda carrega preconceito, desinformação e negligência médica, apesar de ser altamente tratável. Quando não diagnosticada precocemente, ela pode causar danos irreversíveis a órgãos vitais e impactar a vida do paciente e de sua família de forma significativa.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 7 milhões de pessoas são infectadas por sífilis todos os anos no mundo. No Brasil, os números também preocupam: entre 2010 e 2020, os casos aumentaram em mais de 400%, conforme o Ministério da Saúde. O avanço da doença afeta principalmente pessoas com idades entre 20 e 39 anos, mas também tem crescido entre adolescentes e gestantes.
Os sintomas da sífilis podem começar de forma discreta, mas suas consequências atingem relações afetivas, autoestima, saúde mental e até a possibilidade de gestar com segurança. O impacto familiar é profundo, especialmente quando há transmissão vertical (da mãe para o bebê). Por isso, entender, prevenir e tratar a sífilis é fundamental para uma vida mais saudável.
Por que e como se manifesta?
A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida principalmente por contato sexual desprotegido. Ela penetra no organismo por meio de pequenas lesões na pele ou mucosas e se manifesta em estágios distintos:
- Primário: surge o cancro (ferida indolor), que desaparece sozinho, mas a bactéria permanece.
- Secundário: aparecem manchas na pele, febre, gânglios inchados, dor de garganta.
- Latente: não há sintomas, mas a infecção continua ativa.
- Terciário: pode afetar cérebro, coração, ossos e causar danos permanentes.
Principais exames diagnósticos e de rotina
A seguir, conheça os principais exames para diagnosticar e acompanhar a sífilis:
1. Exame VDRL
O teste VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) é um exame de triagem que detecta anticorpos produzidos em resposta à infecção. Pode gerar falso-positivos, por isso, precisa de confirmação.
2. Teste RPR
Semelhante ao VDRL, o RPR (Rapid Plasma Reagin) também é usado como triagem inicial. Ajuda no rastreamento de infecções sexualmente transmissíveis- IST´s ativas e avaliação da resposta ao tratamento.
3. Teste FTA-ABS
O teste FTA-ABS é um teste confirmatório, que detecta anticorpos específicos contra o Treponema pallidum. É indicado para confirmar resultados positivos anteriores.
4. Teste ELISA ou EIA
Os testes ELISA e EIA detectam anticorpos com mais precisão. Também podem ser utilizados para triagem em larga escala.
5. PCR
A técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) detecta o DNA da bactéria em lesões ou fluidos. É mais específica e indicada para casos iniciais.
6. Avaliação clínica
O profissional de saúde fará um exame físico detalhado e analisará o histórico sexual e de sintomas para orientar os exames e o tratamento adequado.
Riscos da sífilis na gravidez
A sífilis na gravidez representa um risco grave tanto para a gestante quanto para o bebê. Quando não diagnosticada e tratada a tempo, a infecção pode ser transmitida da mãe para o feto — o que chamamos de sífilis congênita. Essa transmissão pode ocorrer ainda durante a gestação, pela placenta, ou no momento do parto. A presença da bactéria Treponema pallidum no organismo materno pode causar abortos espontâneos, parto prematuro, morte fetal ou má-formações congênitas no bebê.
Mesmo quando o bebê nasce aparentemente saudável, ele pode desenvolver complicações neurológicas, surdez, alterações ósseas, hepáticas e cutâneas nas semanas ou meses seguintes. Por isso, é essencial que todas as gestantes realizem exames de triagem para sífilis no início do pré-natal, no terceiro trimestre e no momento do parto. Com o diagnóstico precoce, o tratamento é simples e eficaz, geralmente feito com penicilina benzatina, garantindo a saúde da mãe e protegendo o bebê de sequelas irreversíveis.
Dicas para conviver com a condição
- Use preservativos em todas as relações.
- Faça exames regulares, mesmo sem sintomas.
- Siga o tratamento até o fim, mesmo que os sintomas sumam.
- Avise seus parceiros para que também se testem.
- Evite o uso de medicamentos sem prescrição.
- Participe de grupos de apoio e educação sexual.
- Mantenha acompanhamento médico regular.
A sífilis é uma infecção grave, mas totalmente tratável quando diagnosticada a tempo. O desconhecimento e o preconceito ainda afastam muitas pessoas do cuidado com sua saúde íntima. É hora de quebrar esse ciclo e enxergar a prevenção como um gesto de amor próprio.
O diagnóstico precoce e o tratamento com antibióticos simples podem evitar complicações sérias. Além disso, o acesso à informação e a realização de exames de rotina são fundamentais para o controle dessa IST e para garantir mais qualidade de vida para todos os envolvidos.
Seja você homem, mulher, jovem ou adulto, proteger-se é sempre a melhor escolha. A saúde sexual deve ser tratada com responsabilidade, empatia e conhecimento. Cuide-se, informe-se e, se necessário, busque ajuda profissional sem medo. Sua saúde agradece.
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