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Saúde e Bem-estar

Setembro amarelo – conscientização e ação

Setembro amarelo – conscientização e ação

O suicídio é um fenômeno complexo e silencioso que, infelizmente, tem crescido em escala mundial e nacional. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que mais de 14 mil pessoas tiram a própria vida todos os anos, o que equivale a uma média de 38 mortes por dia. Nos últimos dez anos, o número de óbitos por essa causa aumentou em mais de 40%, afetando especialmente jovens e adultos em idade produtiva. No mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, configurando-o como uma das principais causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

Diante desse cenário alarmante, surge uma pergunta inevitável: por que ainda temos tanta dificuldade em falar abertamente sobre saúde mental? O Setembro Amarelo foi criado justamente para quebrar o silêncio, abrir espaço para o diálogo e incentivar a valorização da vida. Mais do que uma campanha, trata-se de um movimento que questiona estigmas, provoca reflexões e chama a sociedade a agir de forma coletiva para prevenir perdas evitáveis. Se o suicídio pode ser prevenido em grande parte dos casos, por que não unir forças para reduzir essas estatísticas?

O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a valorização da vida e prevenção do suicídio. No Brasil, teve início em 2015, organizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Desde então, o mês de setembro se tornou um marco para a discussão sobre saúde mental, com o 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Como surgiu a campanha mundial?

A campanha teve origem nos Estados Unidos em 1994, quando a cor amarela se associou à memória de Mike Emme, jovem que tirou a própria vida e dirigia um Mustang amarelo. Seus amigos e familiares distribuíram fitas amarelas no velório com mensagens de apoio.
O gesto simbólico se espalhou, inspirando movimentos internacionais que hoje alcançam milhões de pessoas em diferentes países.

Quais são os números no Brasil?

Dados recentes do Ministério da Saúde apontam que o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no país. A taxa tem crescido principalmente em cidades pequenas e médias, e preocupa pela subnotificação. Os motivos são os mais variados: depressão, ansiedade, abuso de substâncias e falta de condições mínimas de sobrevivência.
Outro dado alarmante é que muitos dos casos poderiam ser prevenidos com acompanhamento adequado e redução do estigma relacionado à busca de ajuda.

Suicídio em idosos: um alerta silencioso

O suicídio entre idosos é uma realidade ainda mais silenciosa que em outras faixas etárias. De acordo com dados do Ministério da Saúde, pessoas com 60 anos ou mais apresentam uma das maiores taxas de suicídio no Brasil, muitas vezes associada a fatores como solidão, depressão não diagnosticada, doenças crônicas, uso abusivo de medicamentos e a sensação de perda de autonomia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que, no mundo, os índices também são elevados nessa população, especialmente em países onde os serviços de saúde mental para a terceira idade são limitados. O problema se agrava porque muitos sinais passam despercebidos: idosos que falam em “não querer dar trabalho”, “não ter mais razão de viver” ou que apresentam isolamento social podem estar emitindo sinais de alerta.

Fatores de risco mais comuns em idosos

  • Solidão e abandono familiar
  • Luto e perdas afetivas
  • Depressão e ansiedade não tratadas
  • Doenças crônicas incapacitantes
  • Dependência física ou financeira

A prevenção passa pela escuta ativa, acompanhamento médico e fortalecimento dos vínculos familiares e sociais. É essencial que familiares e cuidadores estejam atentos a mudanças de comportamento e incentivem o idoso a participar de atividades coletivas e terapêuticas.

Suicídio, uma epidemia mundial

A Organização Mundial da Saúde- OMS alerta que, globalmente, o suicídio representa mais de 1,3% de todas as mortes registradas. Em alguns países, a taxa é considerada epidemia silenciosa, principalmente em regiões onde os serviços de saúde mental são limitados.
O suicídio é hoje um dos maiores desafios de saúde pública mundial, afetando não apenas as vítimas, mas também famílias, amigos e comunidades inteiras.

Quem sofre mais, homens ou mulheres?

As estatísticas mostram que mulheres apresentam mais tentativas de suicídio, mas os homens têm índices maiores de concretização do ato. Isso acontece porque os homens recorrem a métodos mais letais e também procuram menos ajuda profissional.
Por isso, é fundamental ampliar os espaços de acolhimento e desconstruir a ideia de que buscar apoio psicológico é sinal de fraqueza.

Onde procurar ajuda e quais pontos de apoio existem no Brasil?

No Brasil, quem precisa de suporte pode ligar para o 188, número do CVV, disponível 24 horas por dia, gratuitamente e de forma anônima.
Além disso, o país conta com os CAPS, serviços hospitalares especializados e iniciativas comunitárias em parceria com universidades, ONGs e igrejas que oferecem rodas de conversa, grupos de apoio e atendimento psicológico.

O Setembro Amarelo nos lembra que falar sobre saúde mental é tão importante quanto cuidar da saúde física. O suicídio, embora envolva múltiplos fatores, é em grande parte prevenível, desde que exista acesso a informação, acolhimento e suporte adequado. Por isso, campanhas como essa são fundamentais para reduzir o estigma, abrir espaço para diálogos sinceros e fortalecer redes de apoio.

Mais do que um mês de conscientização, o movimento deve servir como ponto de partida para mudanças contínuas em nossa forma de enxergar e lidar com o sofrimento emocional. O silêncio pode ser fatal, mas a palavra, o gesto de escuta e o acolhimento têm o poder de salvar vidas. Que cada setembro nos inspire a cultivar empatia e a lembrar: ninguém precisa enfrentar a dor sozinho.

A Axial Inteligência Diagnóstica apoia a Campanha Setembro Amarelo